Chuva e ventos fortes causam destruição em Boa Vista (RR)

Foto: Charles Bispo A placa de identificação do Sesi desabou e atingiu duas motocicletas que estavam estacionadas em frente ao prédio

Aproximadamente 15 minutos de chuvas com ventos de até 120 quilômetros por hora, raios e trovões deixaram um rastro de estragos na capital boa-vistense na noite de ontem. Árvores caíram e destruíram redes elétricas, deixando milhares de moradores sem energia até a madrugada. Partes do prédio do Hospital Geral de Roraima e da biblioteca da UFRR cederam ao serem atingidas pelas árvores. Além disso, casas foram destelhadas e placas de propaganda, postes e outdoors vieram abaixo. Várias pessoas sofreram ferimentos leves.

Quem estava no cenário de destruição afirma ter visto um pequeno tornado. O calor e a umidade podem ter ocasionado o fenômeno chamado de Sistemas Convectivos Localizados, que vem de nuvens em forma de rajadas de vento de cima para baixo, que atingem velocidades de 70 até 120 km.

O meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Alan Braga, explicou que esse fenômeno é raro para a região, mas ocorre quando o calor transporta umidade para a atmosfera e deixa as nuvens carregadas. “O resultado são rajadas de vento, que sobem e descem numa forte velocidade, que são capazes de arrancar tudo que vem pela frente”, explicou.

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Alan não confirmou que o fenômeno tenha se transformado num tornado, em pequena escala, pois os equipamentos da Estação Automática do Inmet, que foram instalados recentemente em Boa Vista, talvez não tenham identificado o fenômeno. “É possível verificar no momento que ocorrem as rajadas de vento. Mas, como existem pessoas que viram esse redemoinho, são fortes os indícios de que Boa Vista tenha sido atingida por um tornado, que é muito raro para a região”. O meteorologista Alan Braga disse ainda que hoje poderá esclarecer melhor o fenômeno, após consultar os equipamentos.

Foi apurado, com base em depoimento de testemunhas, que a tempestade atingiu os bairros São Francisco, Mecejana e Jardim Floresta, especificamente no campus Paricarana da Universidade Federal de Roraima (UFRR) por volta das 20h15. Olhando no mapa, as áreas afetadas formam uma espécie de círculo, outro indício de que o fenômeno climático é realmente atípico.