De acordo com informações a fuga ocorreu entre o meio-dia e 13h, no dia de visita

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15 de setembro de 2010

Dois presos continuam desaparecidos, após blecaute na PA de Monte Cristo

No domingo passado, enquanto familiares e amigos visitavam os reeducandos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, uma das caixas de força, construída e instalada na área externa do presídio na parte dos fundos, sofreu um curto circuito e deixou as alas 13, 14 e 15 totalmente sem energia. Por conta disso, o abastecimento de água também foi interrompido e outros setores foram afetados. Desde então, dois presos estão desaparecidos, mas a direção nega a fuga e também a falta de água.

Na contagem dos reeducandos, feita momentos após a queda de energia, foi constatada a falta de Laércio Marques Moraes e Walteirto de Almeida e Silva. O diretor da unidade prisional, delegado Kennedy Cavalcante, garantiu que a probabilidade de fuga é “nula”, uma vez que a segurança externa, de responsabilidade da Polícia Militar, foi reforçada desde o incidente.

“Eles podem estar escondidos à espera de uma falha na segurança. Isso quase sempre acontece, mas como não vão conseguir se evadir, logo devem se apresentar”, explicou Cavalcante.

Foi repassada a informação de que o blecaute havia sido provocado por um dos reeducandos, que trabalha como eletricista e seria o responsável pela manutenção desta e de outras caixas de força. Segundo fontes, ele teria recebido R$ 500,00 dos colegas detentos (o valor teria sido arrecadado por chefes de alas), para provocar o incidente, facilitando assim uma fuga em massa. A informação não foi confirmada pelo diretor da unidade prisional. O preso eletricista está detido há mais de 13 anos, condenado por estupro.

Outra informação sobre a caixa de força é de que ela foi construída apenas para iluminar a área externa. “Após a construção das alas 13, 14 e 15, que ainda não estão finalizadas, a energia foi puxada de forma clandestina para abastecer esses prédios. Ela não foi construída para aguentar tanta carga e a fiação não é apropriada. Estamos correndo risco de vida aqui dentro e ninguém faz nada”, informou um servidor que preferiu o anonimato.

O diretor disse que não compete a ele, e sim à Secretaria de Infraestrutura (Seinf), por meio do Departamento de Engenharia e Obras (Deo). O responsável não foi localizado pela reportagem. “Mesmo sabendo que os prédios ainda não estão prontos, optamos em acomodar os reeducandos nesses locais para desafogar as outras áreas que já estavam superlotadas”, ressaltou o diretor.

Ele disse ainda que tão logo surgiu o problema, comunicou o fato aos seus diretores e pela manhã uma equipe foi ao local para avaliar os danos e tentar sanar o problema, que, segundo ele, será resolvido “o mais breve possível”.

Ainda segundo fontes, durante a tarde de segunda-feira, cerca de 500 presos que estavam no banho de sol se recusaram a voltar para suas alas e celas, por conta da falta de energia. “Depois de muita discussão resolveram que os presos ficariam soltos em um grande corredor em um local onde ainda havia iluminação, misturado aos outros. Todas as celas foram abertas e a única garantia de que eles não se rebelariam ou fugiriam foram as trancas em dois portões, dos fundos e da frente. Para tentar amenizar a situação o diretor levou algumas velas”, disse a fonte, que preferiu não se identificar.

“Não nego isto. Compramos velas e demos aos reeducandos que solicitaram o produto. Independente do que os ignorantes estão falando aí fora, não iria permitir que eles dormissem ao relento. E é justamente neste ponto que eu pretendo mudar até o final do ano. De acordo com a Lei de Execuções Penais, vou mudar o conceito de presídio. A maioria da população discrimina os reeducando, mas se cometeram crimes e pagaram pelo que fizeram, eles têm direito a uma vida nova, a um futuro decente e a ter chances de serem aproveitados profissionalmente no mundo fora das grades”, disse o diretor

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